ALIMENTAÇÃO DE SUÍNOS POR FASE: CRECHE, CRESCIMENTO E TERMINAÇÃO

Em qualquer atividade que envolva a criação de animais, é sabido que os custos com nutrição são os mais representativos, chegando a 70% do total de investimentos. Por essa razão, o produtor que deseja uma alta rentabilidade tem o desafio de melhorar a eficiência da alimentação de suínos por fase produtiva.
Cada categoria tem exigências nutricionais diferentes, e a dieta dos suínos deve ser planejada de acordo com essas demandas. O objetivo é favorecer o desenvolvimento desses animais e atender às expectativas do suinocultor de obter um excelente desempenho do plantel.
Nesse contexto, a nutrição de precisão é a chave para o êxito no negócio. Mas quais são as melhores estratégias de alimentação para suínos em cada uma de suas fases? Continue a leitura e descubra!
As categorias produtivas dos suínos
As fases produtivas dos suínos após o desmame são a creche, o crescimento e a terminação. Cada uma delas tem exigências nutricionais diferentes, que são influenciadas, principalmente, pelo potencial genético dos animais e pela idade.
É importante lembrar que o comportamento alimentar e o desempenho dos animais também estão relacionados ao seu bem-estar, à ambiência, ao manejo dos animais e à sanidade do plantel. Sendo assim, cabe ao produtor saber contornar os desafios que surgem em cada uma das fases. Veja a seguir.
Creche
O desmame é a entrada dos leitões na creche, um momento crítico, pois os animais são separados da mãe, há a troca de ambiente, o reagrupamento e a formação de nova hierarquia, bem como a adaptação aos comedouros e bebedouros e à nova dieta.
Ela acontece geralmente aos 21 dias, podendo avançar até os 28 dias de vida dos leitões, tendo como objetivo o melhor peso na saída da creche e o melhor aproveitamento das instalações. É um momento delicado para a manutenção do status sanitário, uma vez que a troca de ambiente acarreta o contato com diferentes patógenos e a mudança de temperatura.
Crescimento
A fase de crescimento acontece aos 63 ou 70 dias de vida dos suínos até os 100 a 110 dias (ou então dos 25 aos 29 kg e dos 55 aos 65 kg). É o momento em que os animais são separados por peso, e sua taxa de crescimento é acelerada.
Há maior velocidade de deposição de tecido magro, e o consumo de alimento tende a ser menor do que a sua exigência nutricional. Dessa forma, as rações precisam ter um bom aporte energético e proteico para a mantença e o adequado crescimento muscular.
Terminação ou acabamento
A categoria de terminação ou acabamento é a fase em que os suínos serão alimentados para alcançarem as características na carne exigidas pelo mercado de suínos, com o peso ideal para o abate. O abate ocorre normalmente entre 130 a 140 dias (90 a 100 kg).
Já o abate de suínos pesados ocorre em torno dos 115 a 130 kg, quando os animais têm de 163 a 170 dias de idade. Na fase de terminação, eles consomem mais alimentos do que necessitam, e a deposição de gordura é maior do que a de proteína.
A melhor alimentação de suínos por fase produtiva
De forma geral, as rações para suínos devem ter boa aceitabilidade, uma granulometria adequada para cada fase e, claro, atendimento às exigências nutricionais dos animais, com níveis ideais de proteína bruta, aminoácidos, energia, vitaminas e minerais. Veja a seguir algumas dicas.
Creche
Devido à mudança brusca de ambiente e de alimentação a que os leitões são submetidos, o especialista em nutrição deve levar em conta as limitações e o desenvolvimento do sistema digestório dos suínos. Por isso, alguns cuidados com a criação de leitões são necessários — nesse cenário, deve-se utilizar ingredientes de boa qualidade e altamente digestíveis.
O consumo de alimento na creche representa 2,6% do total de ração à época do abate. Porém, o desempenho dos animais nessa fase influencia em até 30% o ganho de peso dos suínos até o abate. Isso mostra a importância de investir na nutrição dos leitões.
Uma boa estratégia nutricional é o uso de rações complexas com ingredientes de alta qualidade e digestibilidade, tais como:
leite em pó;
concentrado proteico de soja;
lactose cristalina;
soro de leite;
farinha de peixe;
plasma sanguíneo;
nucleotídeos;
minerais orgânicos;
leveduras;
palatabilizantes;
acidificante e aromatizantes.
Crescimento
Essa fase, também chamada de engorda, é determinante para a qualidade da carne suína produzida. Por isso, a necessidade da devida atenção à sua alimentação. Normalmente, os suínos preferem alimentos que possam ser consumidos com mais rapidez, como os úmidos ou líquidos, mas podem ser disponibilizadas diversas formas físicas de rações, variando de peletizadas, trituradas e até fareladas.
Terminação
Nessa fase, tem-se a maior parte dos custos com a alimentação do animal, que segue dos 60 kg até o seu abate. As exigências nutricionais variam de acordo com fatores como idade, sexo, peso, potencial genético e fase produtiva. Por essa razão, é preciso considerar tais diferenças a fim de conseguir a máxima eficiência produtiva do animal.
Na fase de terminação é necessário fornecer rações balanceadas para se obter melhor qualidade. Podem ser fornecidos ingredientes como milho, soja e cereais alternativos como sorgo, DDGS, milheto, triguilho e triticale, assim como resíduos agroindustriais.
É importante, também, prover todos os minerais (macro e microminerais) e vitaminas (lipossolúveis e hidrossolúveis) essenciais para a manutenção da sua saúde.
Antes de partirmos para o próximo tópico, também é importante destacar que o manejo reprodutivo dos suínos é igualmente crucial para o sucesso da atividade. Visto que os cachaços também têm exigências nutricionais singulares, é essencial prestar atenção à nutrição do macho reprodutor.